Para não dizer adeus,
Fechei os olhos para a realidade,
E fantasiei a verdade,
Que se mostrava tão clara para mim,
Para não dizer adeus,
Transformei a certeza,
Tão latente e presente,
Em uma frágil incerteza,
Para iludir meu coração,
Para não dizer adeus,
Fingi acreditar em suas palavras,
Que sabia não serem sinceras,
Mas que eram as que eu precisava ouvir,
Para não dizer adeus,
Aceitei o seu silêncio,
Insistindo que ele tinha um motivo,
E que logo seria rompido,
Para não dizer adeus,
Transformei a sua permanente ausência,
Em uma espera sempre ansiosa,
E cheia de expectativas,
Para não dizer adeus,
Colori meus sonhos,
Desenhei meus desejos,
Ainda sabendo que os viveria sozinha,
Para não dizer adeus,
Criei uma tênue ilusão,
Que eu tinha um espaço em seu coração,
Para não dizer adeus,
Esqueci de mim,
Dos meus sentimentos,
E aceitei viver, uma vida de mentiras,
Mas agora eu sei,
De que nada adiantou viver assim,
Em um mundo criado somente por mim,
E ainda que eu sofra,
E meus olhos derramem lágrimas sentidas,
Serei forte e saberei curar as feridas,
Porque agora,eu preciso somente,
Dizer-lhe adeus...
Patricia Montenegro